Sopa Minestrone com Cevada, Feijão e Macarronete


Dia-não-sei-quantos-de-um-confinamento-que-não-tem-fim-à-vista. É verdade que todos estamos cansados disto. É verdade que ninguém pensou que esta pandemia fosse demorar tanto tempo a ser ultrapassada. Assim como é verdade que muitos de nós jamais imaginámos, directa ou indirectamente, vir a ser atingidos por este vírus maldito que se replica à velocidade da luz. Eu quero acreditar que tudo vai melhorar. Vai levar o seu tempo, claro. Temos de ser pacientes com todo o processo. Não vamos todos ficar bem, mas pelo menos que isto sirva para nos tornar mais fortes, mais unidos e melhores seres humanos. Afinal de contas isto é um problema que a todos diz respeito e que não escolhe idades, sexos, estatutos sociais, ou religiões. Unidos seremos sempre mais fortes. Pensemos em nós mas também naqueles com quem socializa(va)mos todos os dias. Que em breve possamos voltar a ser livres como antes, a beijar e a abraçar sem medos e que esta pandemia seja apenas uma má recordação do passado.


Enquanto a maioria de nós continua confinado em casa, o melhor que há a fazer é ir para a cozinha e experimentar novas e deliciosas receitas. Ou então repetir e aprimorar aquelas de que gostamos tanto e que nos fazem verdadeiramente felizes. No meu caso e particularmente nesta altura do ano, são as sopas que ganham particular destaque na minha cozinha. Nestes dias frios de Inverno, nada me sabe melhor que uma sopa bem quente e reconfortante, preparada com ingredientes simples e nutritivos. Esta é uma sopa de sustento, daquelas que serve perfeitamente como uma refeição, que nos deixa saciados e muito satisfeitos. Desde criança que fui habituado a comer estas sopas, que naquele tempo eram cozinhadas no lume, numa panela de ferro. Preparadas logo pela manhã, ficavam a apurar ao longo do dia em "lume lento" e eram feitas com os ingredientes que havia lá por casa. 

Um ingrediente que nunca faltava nestas sopas era a massa. Combina perfeitamente com o feijão, a couve, a abóbora, a batata ou o que mais quisermos acrescentar. Usei também cevada a fim de criar uma sopa ainda mais nutritiva. Porque estas sopas são mesmo assim, permitem-nos dar largas à imaginação e usar o que mais gostarmos. Umas vezes cotovelos, outras curvas ou macarrão, desta vez usei o delicioso Macarronete da Nacional. Estas massas, que apresentam uma forma curva, ligam na perfeição com sabores simples ou delicados, sendo uma boa base para experimentar receitas mais ousadas ou mais tradicionais. O Macarronete da Nacional combina na perfeição com molho de tomate e fica perfeito num prato de forno ou numa jardineira de legumes, por exemplo. Não deixem de experimentar esta deliciosa receita, usem e abusem dos produtos da Nacional, que apresentam uma vasta gama que nos permite dar largas à imaginação, na hora de preparar uma refeição. Visitem o site e inspirem-se neste separador que tem tantas receitas deliciosas.






Sopa Minestrone com Cevada, Feijão e Macarronete

Ingredientes:
| 3 c. (sopa) de azeite
| 1 cebola
| 1 folha de louro
| 1 c. (chá) de tomilho seco
| 2 dentes de alho
| 2 cenouras
| 1 courgette
| sal e pimenta qb
| 400 g de polpa de tomate
| 1/2 c. (chá) de paprika fumada                                                
| 1,5 Lt de caldo de legumes (ou água)
| 100 g de cevada previamente demolhada
| 100 g de feijão manteiga cozido
| 100 g de feijocas cozidas
| coentros picados

Preparação:
1 . Leve uma panela funda e larga ao lume e salteie a cebola picada no azeite quente até ficar translúcida.

2 . Junte a folha de louro e o tomilho seco, o alho picado, as cenouras em rodelas, a courgette em cubos, tempere com sal e pimenta e salteie durante 5 minutos, até os legumes ficarem tenros.

3 . Adicione a polpa de tomate, a paprika fumada, o caldo de legumes e envolva. Deixe levantar fervura e junte a massa Macarronete Nacional e a cevada demolhada. Tape a panela, reduza o lume e deixe cozinhar durante cerca de 10 minutos.

4 . Destape a panela e adicione o feijão e as feijocas e cozinhe por mais 5 minutos. Se achar necessário acrescente mais caldo de legumes ou água à sopa. 

5 . Descarte a folha de louro e sirva a sopa a gosto com coentros frescos picados e pão torrado a gosto.






Pastéis de Nata


Em fim de semana de confinamento e ainda para mais com a chuva a cair lá fora, o melhor que temos a fazer é ficar por casa, ligar o forno a preparar algo doce para animar estes dias. Confesso que estou um pouco apreensivo com a situação que o país enfrenta actualmente em relação à pandemia. Os números que não param de aumentar e as pessoas que cada vez mais vão perdendo a vida à conta deste vírus maldito. Os próximos dias serão ainda piores, dizem os especialistas. Cabe a cada um de nós zelar pelo nosso bem e pelo bem de todos os que nos rodeiam. Se tivermos de fazer alguns sacrifícios agora, em prol de um futuro melhor, então que seja. Mas não deitemos tudo a perder e vamos cumprir com aquilo que nos é imposto. Afinal de contas só nos mandam ficar em casa. Façam como eu, vão para a cozinha e aproveitem para experimentar receitas novas. 


Pastéis de nata, quem não adora?! Eu confesso que é dos meus doces de pastelaria portuguesa preferidos. Adoro beber um café enquanto saboreio um delicioso pastel de nata, bem crocante por fora e cremoso por dentro. Esta não é a primeira vez que os faço e talvez porque na primeira vez a experiência não tenha corrido tão bem, não voltei mais a tentar. Precisava de uma receita que me transmitisse alguma confiança, de uma imagem que me inspirasse e me levasse a tentar novamente. Foi no livro "Lisboeta" do Chef Nuno Mendes que encontrei essa dita receita. Já estava marcada há muitos meses, e após um desejo súbito, quis o confinamento que finalmente metesse as mãos na massa e sem medos voltasse a fazer pastéis de nata. E em boa hora os fiz, pois só tenho a dizer-vos que são dos melhores que já comi. A receita é simples e para facilitar ainda mais, usei massa folhada de compra em vez de fazer em casa. Talvez numa próxima experimente fazer também a massa folhada. Mas ainda assim posso afirmar que ficaram perfeitos em termos de sabor e textura. O creme é mesmo maravilhoso! Usei formas mais pequenas que as convencionais dos pastéis de nata, o que fez render mais quantidade, mas a verdade é só uma, não consigo parar de os comer, uns atrás dos outros. Não se inibam e experimentem também esta receita pois tenho a certeza que vão adorar. É a forma de tornarem mais doce o vosso fim de semana!





Pastéis de Nata
(receita adaptada do livro "Lisboeta" do Chef Nuno Mendes)

Ingredientes: (para 12 pastéis ou 24 mini pastéis)
| 550 g de massa folhada (usei 2 bases rectangulares de compra)
| manteiga derretida para untar as formas

{para a calda de açúcar}
| 225 g de açúcar 
| 1 pau de canela
| 1 tira de casca de limão
| 150 ml de água

{para o creme de ovos}
| 500 ml de leite gordo
| 1 pau de canela
| 1 tira de casca de limão
| 40 g de manteiga
| 4 c. (sopa) de farinha s/ fermento
| 2 c. (chá) de amido de milho
| 4 gemas de ovo

Preparação:
1 . Pincele as formas com manteiga e reserve no frigorífico. Enrole cada uma das bases de massa folhada longitudinalmente pela parte mais longa e corte 12 ou 24 discos (conforme o tamanho das formas) com cerca de 2 cm de espessura.

2 . Distribua cada disco de massa pelas formas e com o dedo polegar ligeiramente molhado estique e espalhe a massa uniformemente, de modo a que saia ligeiramente das formas. Reserve novamente no frigorífico.

3 . Deite os ingredientes da calda num tacho, junte 75 ml de água e deixe cozinhar durante 5 minutos, até o açúcar se dissolver. Agite o tacho de vez em quando e deixe que o açúcar comece a caramelizar. Retire o tacho do lume, junte os restantes 75 ml de água e leve novamente ao lume brando por mais 1 ou 2 minutos, até formar uma calda. Reserve e deixe arrefecer um pouco.

4 . Prepare o creme, aquecendo 300 ml de leite num tacho, em lume médio, juntamente com o pau de canela, a casca de limão e metade da manteiga até que comece a levantar fervura. Deixe infundir durante 10 minutos e depois retire o pau de canela e a casca de limão.

5 . Numa taça misture a farinha e o amido de milho com o restante leite até obter uma pasta fina, adicionando o leite gradualmente para evitar a formação de grumos.

6 . Verta o leite infundido morno para cima da pasta, mexendo bem  com uma vara de arames e depois deite a mistura novamente no tacho. Leve novamente ao lume, mexendo levemente, em lume brando, durante alguns minutos e até engrossar ligeiramente. Incorpore a restante manteiga, batendo, e retire do lume.

7 . Adicione a calda ao creme (reserve um pouco da calda para pincelar os pastéis no final) e mexa bem com a vara de arames.

8 . Pré-aqueça o forno a 250ºC.

9 . Incorpore as gemas no creme e misture bem até o creme ficar homogéneo. Distribua o creme pelas formas, enchendo-as até 3/4 da altura e leve-as ao forno num tabuleiro, durante 13-15 minutos ou até os topos dos pastéis estarem tostados, rodando-os se necessário, pata tostarem uniformemente.

10 . Retire do forno e pincele os pastéis com um pouco de calda de açúcar, deixando-os arrefecer ligeiramente nas formas antes de desenformar. Desenforme e sirva a gosto polvilhados com canela ou acúcar em pó.






Sopa de Abóbora, Gengibre e Coco


Impressão minha ou este mês de Janeiro está demasiado frio?! Bem sei que estamos no Inverno e que é normal as temperaturas baixarem nesta altura do ano, mas a verdade é que eu não aguento. Não sou de todo pessoa de tempo frio, mas tento, obviamente, tirar partido das coisas boas que esta estação proporciona. Entre elas está o conforto e também a vantagem de podermos usufruir mais das nossas casas - agora mais ainda, com um novo e, esperemos que curto confinamento - e também podermos degustar mais refeições de conforto, daquelas que nos alimentam o corpo e saciam a alma. 

Entre estas refeições estão as sopas, sempre presentes aqui em casa, independentemente da estação do ano. Mas é nesta altura que elas me sabem melhor. E ultimamente tenho tentado comer todas as sopas e mais algumas. Umas mais cremosas que outras, umas mais simples outras mais ricas e elaboradas, mas nada me dá mais prazer que segurar uma taça de sopa bem quentinha a fumegar, entre as mãos, nestes dias frios de Janeiro. Adoro experimentar receitas novas e ultimamente são os ramens e as sopas com especiarias que mais apetecem. Porque aquecem, saciam e sabem mesmo bem.

Adoro sopa de abóbora assada. Já partilhei aqui esta sopa de abóbora assada e especiarias. Mas desde que experimentei esta que partilho hoje, da autoria da minha amiga Inês, que passou a ser das favoritas cá em casa. Adoro a combinação da abóbora com o coco e o ligeiro picante do gengibre, uma sopa que conforta e que é perfeita para ser consumida em qualquer dia frio de Inverno. Sopas e chás bem quentes, são os meus melhores amigos ultimamente. E vocês, como fazem para combater estes dias frios de Inverno?!




Sopa de Abóbora, Gengibre e Coco
(receita adaptada do blog Ananás e Hortelã)

Ingredientes:
| 1 Kg de abóbora 
| 50 g de gengibre fresco
| 200 ml de leite de coco
| 250-400 ml de água quente ou caldo de legumes
| sal e pimenta qb
| azeite qb
| tomilho seco qb
| sementes de abóbora tostadas qb
| sementes de sésamo qb
| sementes de papoila qb

Preparação:
1 . Pré-aqueça o forno a 180ºC e forre um tabuleiro com papel vegetal.

2 . Descasque e corte a abóbora em pedaços pequenos, de igual tamanho. Coloque a abóbora no tabuleiro, regue com um fio de azeite e salpique com um pouco de sal, pimenta e tomilho.

3 . Leve a abóbora a assar no forno, cerca de 30 minutos, o tempo suficiente para que comece a caramelizar.

4 . Coloque a abóbora, o gengibre em pedaços, o leite de coco (reserve 3-4 c. sopa para servir) e a água ou caldo de legumes (adicione uma pequena quantidade e adicione mais de seguida, caso queira a sopa mais líquida ou mais cremosa) num processador de alimentos e processe até obter um creme bastante homogéneo. Prove e rectifique os temperos, se necessário.

5 . Sirva a sopa com um fio do leite de coco e as sementes a gosto (pode usar também azeite e coentros frescos).




Kugelhopf


O calendário não dá tréguas e cá estamos para dar inicio a um novo ano cheio de deliciosas partilhas. Espero que as vossas festividades tenham corrido da melhor forma possível, apesar de todas as adversidades. Que tenham aproveitado para descansar e que tenham passado muitos e felizes momentos, de preferência na companhia das vossas pessoas queridas. Desejo a todos um feliz e próspero ano novo, que nos sejam devolvidos os afectos e a liberdade de outrora e que depositemos em todos nós a esperança de construir um mundo sempre melhor.

Hoje celebra-se o Dia de Reis e como manda a tradição, por aqui dão-se por encerradas as festividades. É chegada a altura de desmontar a árvore de Natal, de voltar a colocar todas as decorações natalícias nas caixas de cartão, que regressarão ao sótão até à próxima quadra. Voltamos à vida normal e sem qualquer tipo de resolução. Não sou pessoa de resoluções, prefiro ir vivendo o dia-a-dia, enfrentando os desafios que a vida me coloca e tirando partido dos melhores momentos, construindo memórias felizes. E estarei sempre grato pelas pessoas boas que a vida me vai apresentando e pelas pequenas conquistas que vou conseguindo. 

Para primeira receita do ano escolhi algo alusivo ainda a esta quadra. Como já anda por aqui um Bolo Rei de Alfarroba, um Bolo Rei sem Glúten e até o famoso bolo rei alemão, o Stollen e também um Bolo Rainha, como já partilhei por aqui a famosa Galette des Rois, na versão original e esta com chocolate e avelã ou esta de pistácio e framboesa, hoje decidi partilhar o Kugelhopf


Também conhecido por Gugelhupf, Kouglof ou Guglhupf, este é um pão doce muito comum na Áustria, sudeste da Alemanha e na região da Alsácia, na França. A massa é tipo brioche, não muito doce e enriquecida com passas de uva e amêndoas. É feito numa forma de buraco, originalmente em cerâmica e, segundo reza a lenda, o seu formato assemelha-se aos turbantes usados pelos reis magos que, aquando do seu caminho para Belém, passaram pela cidade de Ribeauvillé, na Alsácia, e aí foram homenageados pelos seus habitantes com este delicioso pão doce e amanteigado.

Existem várias receitas, com mais ou menos manteiga, mais ou menos doces, mas todas muito semelhantes. Optei por experimentar a receita que encontrei no site MyKaramelli que, na minha opinião, resulta num pão delicioso e óptimo para servir ao pequeno almoço. Costumo cortar em fatias que coloco na torradeira ou na tostadeira, servindo-as barradas com manteiga. É também perfeito para servir num lanche a acompanhar uma chávena de chá, o ideal nestes dias mais frios. Pode ser usada qualquer forma, desde que tenha um buraco no centro. Eu usei a original Kugelhopf da Nordic Ware, que podem sempre adquirir na Lecuine



Kugelhopf
(receita adaptada do site myKaramelli)

Ingredientes:
| 300 g de farinha s/ fermento
| 15 g de fermento de padeiro fresco
| 140 ml de leite morno
| 2 ovos M 
| 60 g de açúcar amarelo                                                       
| 125 de manteiga à temp. ambiente                                     
| ½ c. (chá) de sal
| 75 g de passas
| 100 ml de rum (usei vinho do Porto)                                        
| 12 amêndoas s/ pele
| açúcar em pó qb

Preparação:
1 . Comece por preparar um pré-fermento. Para isso dissolva o fermento de padeiro no leite morno e adicione 5 c. (sopa) da farinha (o leite deverá estar morno, a uma temperatura aproximada de 37-38ºC, se superior a isso poderá matar o fermento). Misture, tape com película aderente e deixe levedar cerca de 1 hora à temperatura ambiente. 

2 . Coloque as passas numa taça e cubra-as com o rum, deixando que elas hidratem.

3 . Na taça da batedeira coloque a restante farinha, o açúcar, o sal, os ovos e o pré-fermento. Amasse a uma velocidade média, usando o gancho de amassar até obter uma massa homogénea e pegajosa.

4 . Adicione as passas escorridas e amasse a uma velocidade baixa apenas para envolver.

5 . Aos poucos vá adicionando a manteiga em pedaços e amasse a uma velocidade média-alta durante 10-15 minutos (aos poucos a massa vai-se tornando lisa e elástica e despegar-se-á das paredes da taça).

6 . Tape a taça com película aderente e deixe levedar à temperatura ambiente durante 3 horas ou até que duplique de volume (em alternativa, poderá deixar a massa a levedar no frigorífico de um dia para o outro).

7 . Unte bem com manteiga derretida uma forma de buraco (usei a Kugelhopf da Nordic Ware) e no fundo da forma disponha as amêndoas.

8 . Transfira a massa para uma superfície ligeiramente enfarinhada. Sem amassar forme uma bola e faça um buraco no centro, formando um aro. Transfira a massa para a forma e se necessário nivele com os dedos. Tape a forma com um pano e deixe a massa levedar 2 horas ou até que duplique de volume.

9 . Pré-aqueça o forno a 180ºC. Coloque a forma no forno e deixe cozinhar durante 35-40 minutos. Caso a massa comece a cozer demasiado à superfície, tape com papel de alumínio.

10 . Retire o bolo do forno e deixe arrefecer na forma durante 10 minutos, antes de desenformar. Desenforme e deixe arrefecer sobre uma grelha. Sirva o Kugelhopf polvilhado com açúcar em pó.