Charlotte de Pistácio


Originária da França, a Charlotte é uma sobremesa que combina tradição com um toque de originalidade e sofisticação. Tradicionalmente é preparada em camadas de biscoitos de champanhe, os típicos palitos La Reine, intercaladas com camadas de creme e fruta. No entanto, esta receita foi ganhando novos sabores e versões ao longo dos tempos e a Charlotte de Pistácio é apenas uma dessas versões que surpreende, tanto pelo seu sabor suave e delicado como pela sua apresentação elegante e sofisticada.

Nesta receita, que preparei para uma ocasião especial, em substituição dos tradicionais palitos La Reine, usei antes madalenas. Não é a primeira vez que faço uma charlotte deste género, com madalenas. Já partilhei aqui esta Charlotte Merengada de Limão e o resultado é sempre divinal. O protagonista do recheio é o pistácio, um ingrediente que traz um sabor único e uma textura suave e aveludada. Para quem, como eu, é apaixonado pelo sabor do pistácio, dificilmente consegue resistir a esta sobremesa. Os pistácios triturados no topo da Charlotte dão um toque especial que agrega textura e intensifica o sabor.

O segredo para uma sobremesa de excelência está no uso de ingredientes de qualidade. Nesta receita convém usar um creme de pistácio ou uma pasta de pistácio de qualidade, para dar um sabor característico e cor à sobremesa. Se possível, optem por uma pasta 100% pistácio e sem adição de açúcares. Nesta receita usei um creme de pistácio para barrar, com 60% de pistácio e 20% de amendoim.

Esta sobremesa é uma opção requintada e original para ocasiões especiais. Seja para um jantar, uma comemoração ou apenas para surpreender num encontro entre amigos ou família, a Charlotte de Pistácio é uma escolha perfeita para quem busca algo delicado e ao mesmo tempo irresistível.




Charlotte de Pistácio

Ingredientes:
| 24 madalenas *
| 200 ml de natas frescas *
| 150 g de açúcar em pó
| 450 g de queijo Mascarpone
| 150 g de creme de pistácio p/ barrar *
| qb de pistácios triturados p/a decorar
| rosas secas p/a decorar (opcional)

notas:
  • podem ser usadas madalenas de qualquer sabor, usei madalenas de laranja e amêndoa (estas podem ser substituídas por palitos la reine).
  • as natas deverão estar bem frescas antes de serem batidas e deverão ter no mínimo 35% de matéria gorda na sua constituição.
  • nesta receita usei creme de pistácio para barrar; creme de pistácio é diferente de pasta de pistácio; se usarem pasta de pistácio deverão reduzir a quantidade a usar, uma vez que a pasta é mais concentrada.
Preparação:
1. Disponha as madalenas à volta do aro de uma forma de aro amovível com cerca de 22 cm de diâmetro. Corte as restantes madalenas em metades e forre o fundo da forma com elas, formando uma primeira camada. Reserve.

2. Bata as natas até que fiquem firmes. Junte o açúcar em pó e bata mais um pouco.

3. Adicione o queijo Mascarpone e bata durante alguns segundos para envolver.

4. Adicione o creme de pistácio e envolva bem com uma espátula até que o creme fique bem incorporado.

5. Verta metade do creme na forma, sobre as madalenas, alise com uma espátula e disponha mais uma camada de madalenas.

6. Verta o restante creme sobre as madalenas, alise a superfície com uma espátula e leve a charlotte ao frigorífico durante pelo menos 4 horas antes de servir (idealmente de um dia para o outro).

7. Antes de servir, desenforme a charlotte e decore a gosto com pistácios picados e rosas secas.




Pan de Muerto


É natural sentirmos uma vontade maior de passar mais tempo em casa, num ambiente acolhedor, à medida que os dias mais curtos e frios se instalam. A luz do dia parece desaparecer mais cedo e traz um ar de calma e quietude que contrasta com o ritmo agitado dos meses anteriores. As temperaturas, agora mais baixas, convidam a aproveitar o aconchego de uma bebida quente e momentos de tranquilidade, seja a ler um livro, a ver um filme, ou a confecionar receitas que nos aquecem o corpo e o coração. Estes dias de Outono, apesar de mais escuros, trazem consigo a sensação especial de conforto, como um convite para desacelerar, despertando em nós o desejo de recolhimento e de desfrutar da tranquilidade dos nossos lares.

Novembro é um mês marcado por transições, em que a Natureza vai fazendo o seu trabalho, presenteando-nos com paisagens transformadas pelas folhas caídas, em tons de laranja e dourado. Este é também, por todo o mundo, um mês de celebrações e feriados que homenageiam os entes queridos já falecidos, como o Dia de los Muertos no México, o Dia de Finados em países de tradição católica ou o Dia de Acção de Graças, nos Estados Unidos. É um mês que simboliza tanto o encerramento de ciclos quanto a preparação para um novo começo, com a aproximação do fim do ano.

Foi precisamente a pensar numa dessas celebrações que trouxe a receita de hoje, o Pan de Muerto. Este é um pão tradicional mexicano, preparado especialmente para o Dia de los Muertos, uma celebração que honra os entes queridos que já partiram e que se assinala nos dias 1 e 2 de Novembro. Este pão é levemente doce e costuma ser decorado com formas que simbolizam ossos e caveiras, representando a conexão com os antepassados. É polvilhado com açúcar e aromatizado com laranja, simbolizando a fragilidade da vida. O Pan de Muerto é frequentemente partilhado entre familiares e colocado em altares como oferenda, simbolizando a união entre os vivos e os que já partiram.



Pan de Muerto

Ingredientes:
| 170 g de leite 
| raspa da casca de 1 laranja 
| 1 c (sopa) de essência de flor de laranjeira (opcional)
| 500 g de farinha s/ fermento
| 1 pitada de sal
| 100 g de açúcar
| 7 g de fermento de padeiro seco
| 3 ovos
| 125 g de manteiga à temperatura ambiente 
| 1 ovo para pincelar
| manteiga qb para pincelar
| açúcar qb para decorar

Preparação:
1. Levar o leite e a raspa de laranja, num tacho, a lume brando e sem deixar ferver. Adicionar a essência de flor de laranjeira, retirar o tacho do lume, cobrir e reservar para infundir um pouco.

2. Na taça da batedeira colocar a farinha peneirada, o sal, o açúcar e o fermento. Adicionar também a infusão de leite e laranja e os ovos. Colocar o gancho de amassar na batedeira e amassar alguns minutos.

3. Quando a massa estiver mais ou menos densa, incorporar a manteiga em pequenos cubos. Deixar amassar até que a massa se separe bem das laterais da taça (este processo poderá demorar cerca de 15 minutos).

4. Quando a massa estiver pronta, fazer uma bola com ela, colocar numa taça untada com um pouco de óleo, cobrir com um pano e deixar levedar até dobrar de volume (isto irá depender da temperatura do local onde estamos, mas geralmente demorará cerca de uma hora).

5. Passado este tempo amassar um pouco e dividir a massa em duas partes iguais (a receita será para 2 pães). De uma das partes retirar 1/3 de massa e reservar. Com a massa restante, formar uma bola e colocar num tabuleiro de forno forrado com papel vegetal.

6. Dividir o 1/3 de massa reservada em três partes iguais. Com duas delas, formar uma cruz da seguinte forma: fazer um rolo alongado e, com os dedos, modelar a massa de forma a parecer quatro bolas unidas por um fio de massa. Repetir este processo com a outra parte e colocar sobre o pão formando uma cruz e deixando o centro vazio.

7. Com o 1/3 da massa que sobrou fazer uma bola e colocar a mesma no centro da cruz. Assim ficaremos com uma bola grande rodeada por 4 bolas e na base do nosso pão mais quatro bolas.

8. Repetir o mesmo processo com a outra massa que reservámos para fazer o segundo pão.

9. Cobrir os pães com um pano de cozinha e deixar repousar até a massa dobrar novamente de volume.

10. Pré-aquecer o forno a 180ºC. Bater o ovo e pincelar os dois pães, com muito cuidado. 

11. Levar o tabuleiro com os pães ao forno, por um período de cerca de 30 minutos ou até que os pães comecem a ficar dourados.

12. Retirar os pães do forno, pincelar com manteiga derretida e polvilhar com açúcar.