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Pavlova Ninhos de Páscoa


Quem não se recorda do cheirinho dos bolos acabados de fazer nas cozinhas das nossas mães?! Ou daquele caramelo especial que só a nossa avó fazia na perfeição?! São aqueles sabores únicos e os cheiros tão característicos que nos fazem viajar no tempo e reviver as memórias da nossa infância. Pelo menos comigo funciona assim. Basta por vezes experimentar um determinado cheiro ou sabor e em segundos viajo até à cozinha da minha mãe. E nesta altura, quando a Páscoa se aproximava a passos largos, a azáfama na cozinha era muita e viviam-se por ali momentos muitos felizes. Amassavam-se os folares à mão, sem pressas e com dedicação. Pois tinham de sair perfeitos! A mais fina e branca farinha comprada no moleiro dias antes, o melhor azeite sempre caseiro, o fermento de padeiro que era adquirido ao próprio e umas raspas de limão para aromatizar. Conseguem imaginar o cheirinho bom?! O forno a lenha era aquecido horas antes, até ficar branquinho por dentro, sinal de que estava pronto para receber as massas levedas que minutos antes eu ajudara a pincelar com ovo ligeiramente batido. O meu momento preferido era o de colocar o ovo cozido no centro do folar. Como qualquer criança, achava aquele momento muito divertido. Em menos de uma hora, a minha mãe já pegava na pá e com ela retirava os lindos folares, alguns bem rachados, como se estivessem a sorrir por terem ganho vida. Eu não resistia a prová-los ainda quentes, untados de manteiga ou compota.


Mas não só os cheiros e os sabores me levam a viajar no tempo. Também as imagens e os objectos. Quando recebi da Maizena uma caixinha linda em lata, de cor amarela, logo me lembrei daquele ingrediente que sempre me acompanhou a vida inteira. Sempre me lembro de haver uma caixa de cartão amarela no armário que guardava dentro amido de milho Maizena. Era como um segredo que era bem guardado e usado apenas naqueles momentos especiais, que enriquecia aquele bolo de domingo à tarde ou engrossava aquele molho delicioso tornando-o mais delicado. Um produto cem por cento natural que existe na maioria das cozinhas portuguesas há mais de 110 anos e que foi concebido para satisfazer os paladares mais exigentes. Desde os bolos e bolinhos, cremes ou recheios, sopas ou sobremesas, o amido de milho Maizena é usado em inúmeras receitas tornando-as sempre mais apetitosas e conferindo-lhes uma textura e consistência únicas.

Quem nunca recorreu a uma colher de amido de milho numa situação de "emergência" na cozinha para engrossar aquele creme ou aquele molho especial?! Ou mesmo para aveludar uma sopa, o amido de milho pode ser usado de forma simples e descomplicada, sendo ainda de uma enorme leveza, pois não contém glúten. Para além disso, e segundo os nutricionistas, este é um produto de fácil digestão e por isso recomendado em certos regimes alimentares, sendo ainda rico em fósforo, cálcio e ferro. Com todas estas qualidades, este é o ingrediente perfeito para esta pavlova em forma de ninhos de Páscoa que a ajudou a ficar bem mais firme e consistente. Uma pavlova diferente que podem perfeitamente apresentar na vossa mesa de Páscoa e que, não tenho dúvidas, será devorada com prazer por miúdos e graúdos.


Pavlova Ninhos de Páscoa
Ingredientes:
| 6 claras de ovo (aprox. 240 g)
| 250 g de açúcar granulado
| 1 c. (chá) de vinagre de vinho
| 2 c. (chá) bem cheias de amido de milho (usei Maizena)
| 1 pitada de sal
| iogurte grego natural q.b. (opcional)
| fios de ovos
| amêndoas de chocolate q.b.

Preparação Tradicional:
Pré- aqueça o forno a 120ºC.
Forre um tabuleiro com papel vegetal e no centro desenhe um círculo com cerca de 20 cm.
Bata as claras juntamente com uma pitada de sal até começarem a formar picos.
Adicione o açúcar de forma gradual e bata durante alguns minutos até obter um merengue bem firme e brilhante.
O merengue estará no ponto quando esfregar um pouco entre os dedos e já não sentir os grãos de açúcar.
Adicione o vinagre e o amido de milho e bata mais um pouco para envolver.
Coloque uma ponta em forma de estrela num saco de pasteleiro e encha este com o merengue. Vá formando pequenos ninhos de merengue usando como referência o círculo desenhado, até formar uma coroa com ninhos de merengue.
Leve ao forno durante 2 horas.
Terminado o tempo, deixe a pavlova arrefecer dentro do forno durante pelo menos 1 hora.
Retire do forno e coloque em cada ninho 1 colher de sobremesa de iogurte grego natural. Sobre o iogurte coloque fios de ovos a gosto e decore com amêndoas de chocolate.

Preparação Thermomix - Bimby:
Pré- aqueça o forno a 120ºC.
Forre um tabuleiro com papel vegetal e no centro desenhe um círculo com cerca de 20 cm.
Coloque a borboleta no copo que deve estar limpo e seco. Junte as claras e programe (6min/vel3,5). Nos últimos 2 minutos, adicione de forma gradual o açúcar.
Junte o vinagre e o amido de milho e programe (30seg/vel3,5).
Coloque uma ponta em forma de estrela num saco de pasteleiro e encha este com o merengue. Vá formando pequenos ninhos de merengue usando como referência o círculo desenhado, até formar uma coroa de merengue.
Leve ao forno durante 2 horas.
Terminado o tempo, deixe a pavlova arrefecer dentro do forno durante pelo menos 1 hora.
Retire do forno e coloque em cada ninho 1 colher de sobremesa de iogurte grego natural. Sobre o iogurte coloque fios de ovos a gosto e decore com amêndoas de chocolate.

28 comentários:

  1. Que lindas...parabens e obrigado pela ideia....Maravilhoso

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  2. Ficaram lindas e são um festim para os olhos. E é também uma sugestão fantástica para os pequenitos :)
    Beijinhos Célio

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    1. Muito obrigado querida Su! Sim, é irresistível, quer para miúdos, quer para graúdos. É uma sugestão deliciosa para celebrar a Páscoa. :)
      Beijinhos.

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  3. Que linda!!! Com estas fotos já cheira a primavera e a Páscoa.
    Adorei a sugestão.

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    1. É essa a ideia Fátima, a celebração da Páscoa e a chegada da Primavera, a minha estação do ano favorita. :)
      Obrigado e um beijinho.

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  4. Olá Célio,
    Que texto magnífico. Sim, a comida é isso, memórias, cheiros e sabores que sempre nos levam a determinada altura da nossa vida.
    Em casa dos meus pais e avós, principalmente, nunca houve o ritual dos folares, pois nunca ninguém na família os apreciou muito, mas na casa dos meus avós e este teu texto levou-me lá, onde tudo era biológico e cultivado e criado por eles, havia esse forno a lenha, onde se assavam as carnes na Páscoa e nas ocasiões especiais e de onde saiam enormes broas de milho e bôlas de carnes e de sardinha.
    Que saudades!!
    No aspecto de consumir do melhor e mais biológico, fui uma privilegiada desde cedo, pois embora vivêssemos sempre em Lisboa, era do Norte, de casa dos meus avós que vinham o azeite, as carnes curadas, os fumeiros, as batatas e tudo o mais que a camioneta (carreira) permitisse transportar...
    Amei estas tuas pavlovas lindas, primaveris e mesmo lindas para a Páscoa. Fiz uma vez uma receita da Mary Berry (que nunca cheguei a publicar) que era mesmo assim. pavlova em forma de ninhos de Páscoa, mas sem os fios de ovos, claro...
    Um beijinho,
    Lia

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    1. Querida Lia, são tantas as memórias que tenho da minha infância e são tantas as saudades. São momentos que nunca mais irei viver da mesma forma e são sabores únicos que jamais irei experimentar, mas eram dias muito felizes aqueles. Na altura da Páscoa o forno era aceso durante 4 ou 5 dias seguidos, eram os folares, era o pão e as broas caseiras e no Domingo de Páscoa era o cabrito no forno com batatinhas novas e grelos salteados... Oh que maravilha! A comida no forno tem outro sabor.
      Também fui habituado a comer sempre coisas naturais e vindas directamente da nossa horta e tive também esse privilégio. Mas depois troquei o campo pela cidade e tive de me adaptar. O que vale é o meu sogro que tem uma horta linda e que me vai trazendo algumas coisas deliciosas e frescas. :)
      Um grande beijinho.

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  5. Uma ideia muito interessante, um belo centro de mesa (comestível) para a Páscoa. Geralmente a Páscoa na minha infância consistia em comer fora e passar todo o dia a passear. Nunca houve uma tradição mas hoje em dia tento recuperar a tradição da páscoa, desde os folares ao pão de ló, passando por umas quantas mais iguarias e assim se criam novas tradições que não existiam por cá mas passaram a fazer parte da família. nada como pôr a mão na massa para sermos felizes :D
    Beijinhos ...
    Guloso qb

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    1. Eu adoro folares Carla, eles sempre fizeram parte da minha vida. E sempre foi tradição haver bolo folar na mesa de Páscoa. Mas naquele tempo eram diferentes, eram feitos em forno de lenha e tinham outro sabor. :)
      É mesmo isso, meter a mão na massa e construir pequenos momentos de felicidade.
      Um beijinho.

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  6. Mas que textura, que cores, Célio!! Essa tesourinha, eu dizia-te... :p

    Abraço e obrigado por estas delícias e pelas tuas partilhas, também pessoais, connosco!

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    1. Eu é que agradeço a tua simpatia Ru e também as tuas partilhas deliciosas e irresistíveis. :)
      Um grande abraço.

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  7. Olá Célio: lembro-me também de ver a minha mãe a amassar os belos folares.Gostava da parte ,perto do ovo, que ficava mais húmida. Tão bom. Por aqui dizemos que a massa,desse modo, ficou "em pinto",o que para mim era delicioso!
    Quanto às tuas pavlovas as fotos falam por si. Fico sempre fascinada por estas "meninas" embora tenha sempre receio de as fazer, pois não me dão certo. Adorei ver o interior cremoso e o exterior tão delicado e perfeito!Felizardo de quem saboreou.
    Bjn
    Márcia

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    1. Que engraçado Márcia, essa era também a minha parte preferido do folar. Eu chegava até a raspar a massa que ficava agarrada ao ovo com uma faca e depois comia. :)
      Não desistas das pavlovas, elas nem sempre saem como queremos mas a persistência às vezes dá bons resultados. :)
      Obrigado pela tua sempre presente simpatia.
      Um beijinho.

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  8. Olá Célio,
    A cozinha é isso mesmo, é um espaço onde as memórias nos despertam sentimentos por momentos de felicidade.
    Um verdadeiro encanto estas lindas Pavlovas em forma de ninho!!
    Já cheira a Primavera, e tal como tu esta também é a minha estação preferida.
    Beijinhos
    Paula G.
    http://sugar-bites.blogspot.pt/

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    1. E eu adoro viver essas memórias Paula! E é na cozinha que eu me sinto feliz e gosto de voltar atrás no tempo através das cores e sabores dos ingredientes.
      A Primavera está mesmo aí, bora lá festejar! :)
      Obrigado por todo o teu carinho.
      Um beijinho.

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  9. Bem Célio,
    Que lindas, mesmo!! Mas, não há nenhuma editora que te proponha um livrinho?? Epá, iria ser de "lamber os dedos" com toda a certeza. Tanto pelas receitas como pelas produções fotográficas, ou seja, um êxito!! :)
    Beijinhos!!

    http://bimbysaboresdavida.blogspot.pt/

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    1. Eheh... :) até à data ainda não aconteceu Tânia! E confesso que também não é esse o meu objectivo. Mas claro, se o convite surgisse deixava-me muito feliz.
      Muito obrigado pelas palavras tão simpaticas.
      Um beijinho.

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  10. Adorei a história e... as pavlovas estao lindíssimas, a apresentacao é de louvar! A ideia dos ninhos é brilhante!
    Beijinhos
    Ines

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    1. Muito, muito obrigado Inês! Fico muito feliz por teres gostado. :)
      Um beijinho.

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  11. Lindas, uma festa para os olhos! E claro, os cheiros e sabores das cozinhas das nossas Mães e Avós são inesquecíveis....e é tão bom quando estou na minha cozinha e tenho essa sensação...fico nas nuvens! As fotos, uma maravilha, lindas, lindas:).
    bjs

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    1. É mesmo isso, não há nada como os cheiros das cozinhas das avós e das mães, é maravilhoso e sabe pela vida.
      Muitíssimo obrigado pelo carinho. :)
      Um beijinho.

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  12. Que excelente ideia :) Para além de lindo ficou de certeza delicioso! :)
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    Diogo Marques
    Blog: A culpa é das bolachas! | Facebook | Instagram | Zomato
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    1. Muito obrigado Diogo. Esta Pavlova é deliciosa, ficou bem macia por dentro e desaparece num instante.... ehehe. :)
      Um abraço.

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  13. A comida é mesmo isso Célio, são memórias e afectos e eu gosto tanto de ler-te. Fiquei quase a sentir o cheiro do folar acabado de fazer.
    E que vontade de comer ainda morno com manteiga e compota, adoro.
    Aqui perto da clínica tenho uma amiga que ainda coze os folares em forno a lenha e me traz sempre um por esta altura (espero que sim, que agora deu-me a gula!).
    Ficaram tão lindos os ninhos de pavlova, é realmente uma sugestão atractiva e bem docinha.
    Um beijinho.

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    1. Obrigado Inês! Concordo contigo, a comida, pelo menos para mim, anda sempre ligada com a memória e os afectos, é algo que já nasce comigo. :)
      Os folares em forno de lenha são mesmo únicos e em nada se comparam aos outros. O forno ainda existe em casa do meu pai, um dia ainda me aventuro e faço uma fornada deles.
      Um beijinho.

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  14. São memórias que ficam para sempre ♥
    O teu post desperta-nos os sentidos...
    Quanto aos ninhos estão um amor, adorei o formato coroa e a decoração.
    Bjinhoos

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    1. Muito obrigado Patrícia!
      Sabe sempre tão bem ler as tuas palavras. És uma querida.
      Um grande beijinho.

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