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Bundt Cake de Limão e Dente-de-Leão


Muitas vezes sou questionado sobre como e onde vou buscar inspiração para as minhas receitas e composições fotográficas. Ao que prontamente respondo, à Natureza. As estações do ano são sem dúvida a minha maior inspiração. Adoro criar receitas com ingredientes sazonais, inspiro-me na paleta de cores que cada estação oferece, nas frutas e nos legumes e também nas plantas e nas flores. É por isso que gosto tanto da Primavera. Onde quer que estejamos, se olharmos bem à nossa volta, há sempre uma planta que nos desperta a atenção ou uma flor que não nos deixa indiferentes com a sua beleza.

Para muitos é considerada uma erva daninha, outros olham para ela como um tesouro, a verdade é que o dente-de-leão é uma planta comestível, medicinal e cheia de propriedades benéficas para o corpo humano. Também conhecida como coroa-de-monge, quartilho, amor-dos-homens ou taráxaco, esta planta desempenha uma acção antioxidante, anti-inflamatória e hepato-protectora, podendo assim ser usada para auxiliar no tratamento de transtornos digestivos, problemas associados ao fígado e pâncreas ou, quando ingerida em forma de chá, ajuda na prevenção de gripes sazonais. Por serem uma excelente fonte de vitaminas e minerais, as suas folhas e flores são óptimas para usar em saladas, quiches, tartes doces e salgadas ou até para fazer pão (ver mais aqui).

Eu encontro estas plantas com muita facilidade. Existem em qualquer terreno baldio, nas bermas das estradas e até nos centros urbanos. Nesta altura do ano elas estão por toda a parte e as suas flores, de cor amarelo-vivo, não deixam ninguém indiferente. E quem nunca brincou com as flores, já depois de estarem secas, soprando as suas sementes?! Foram estas flores amarelas que me inspiraram e me levaram até à cozinha para preparar este bundt cake delicioso. Um bolo perfeito para colocar na mesa da Páscoa mas também para qualquer outra ocasião e no qual usei as pétalas amarelas das flores, tanto na massa como na decoração. Um bolo de sabores cítricos e primaveris, perfeito para partilhar em família.







Bundt Cake de Limão e Dente-de-Leão

Ingredientes:
| 190 g de manteiga amolecida
| 270 g de açúcar amarelo
| 3 ovos
| raspa de 1 limão
| sumo de 1/2 limão (50ml)
| 150 ml de natas
| 1 1/2 c. (chá) de fermento
| 300 g de farinha s/ fermento
| 1 pitada de sal
| 20 flores de dente-de-leão
{para o glacé}
| 2 c. (sopa) de natas
| 100 g de açúcar em pó
| 1 c. (chá) de sumo de limão

Preparação:
1 . Pré-aqueça o forno a 180ºC. Unte bem com manteiga derretida e polvilhe com farinha uma forma de bundt e reserve.

2 . Misture as natas com o sumo de limão e reserve durante alguns minutos.

3 . Peneire a farinha, misture com o fermento e o sal e reserve.

4 . Bata a manteiga com o açúcar e a raspa de limão durante uns minutos. Adicione os ovos, um de cada vez, batendo bem após cada adição e até obter um creme bem fofo e esbranquiçado.

5 . Ao preparado anterior adicione a farinha em três vezes, alternando com as natas, começando e terminando na farinha e envolvendo bem com uma espátula, em movimentos circulares.

6 . Adicione as pétalas amarelas das flores de dente-de-leão (não há problema se juntar alguma parte verde do pedúnculo, mas a ideia é usar apenas as pétalas) e envolva bem com uma espátula.

7 . Verta a massa na forma reservada e leve ao forno durante 40 minutos. Faça o teste do palito antes de retirar o bolo do forno.

8 . Retire o bolo do forno e deixe arrefecer dentro da forma durante 10 minutos. Desenforme e deixe o bolo arrefecer completamente sobre uma grelha.

9 . Prepare o glacé, misturando as natas com o açúcar. Aos poucos adicione algumas gotas de limão e vá misturando até o glacé atingir o ponto desejado. Verta o glacé sobre o bolo e decore com flores de dente-de-leão.






Hot Cross Buns de Alfarroba


A Primavera chegou finalmente! E com ela vieram os dias mais quentes e luminosos. Dias que, estivéssemos nós numa situação normal, nos convidariam a sair de casa, a usufruir mais do ar livre, a estar em contacto com a Natureza, juntar a família e os amigos para fazer um piquenique e dar longos passeios. Dias que já convidam a dar um saltinho até à praia, a usufruir de uma esplanada enquanto colocamos a conversa em dia e matamos saudades daqueles com quem não estamos há tanto tempo. Por enquanto nada disto é ainda possível. Mas a Primavera trouxe também aquele recomeço de que todos necessitamos e, lentamente, enquanto ainda nos adaptamos à "nova" realidade, vemos surgir aquela luz ao fundo do túnel que vem carregada de esperança. Em breve tudo voltará ao normal. Em breve poderemos voltar a abraçar aqueles que gostamos, voltaremos todos a ter a liberdade de outrora. Enquanto esses dias não chegam, aproveitem o sol que brilha lá fora, tirem a mesa para a varanda ou jardim e usufruam de uma refeição no exterior, tomem o pequeno almoço lá fora, estendam uma manta e leiam um livro enquanto ouvem os pássaros a cantar alegremente, sintam a Natureza em todo o seu esplendor. 


Com a Primavera chega também a Páscoa que, pela segunda vez, não poderá ser celebrada de forma normal. Esta seria uma altura de juntar a familia à volta de uma mesa farta, de saborear os pratos típicos e as iguarias de cada região. Não sendo possível, celebremos da forma possível e nas nossas casas, mas nunca deixando cair a tradição. Vamos para a cozinha preparar com amor aquele prato típico que já era feito pelas nossas avós e pelas nossas mães. Vamos fazer aquele folar especial, receita de familia que já atravessou gerações e que nunca pode faltar na mesa. Ou preparar aquela receita nova que há tanto tempo queríamos experimentar. 

A receita de hoje é uma sugestão um pouco diferente, uns pãezinhos doces para a Páscoa. De origem inglesa e tradicionalmente comidos na sexta-feira santa, os Hot Cross Buns são uns pães bastante aromáticos, preparados com passas e especiarias. A cruz desenhada na superfície dos pães simboliza a crucificação de Jesus Cristo, daí esta receita estar relacionada com a Páscoa. Existem várias versões destes pães doces que podem levar na sua composição pepitas de chocolate ou maçã. Há também quem faça um único pão numa forma rectangular, em vez das pequenas bolinhas separadas.

A minha versão é feita com a Farinha de Trigo e Alfarroba da Nacional, a marca centenária que sempre esteve presente nas minhas Páscoas. Esta farinha, que combina a vagem da alfarroba e o grão do trigo, tem um sabor característico, único e adocicado e foi desenvolvida para todos os usos culinários. Já vem misturada nas proporções certas e é perfeita para fazer pães e bolos, tartes, panquecas, bolachas ou biscoitos. Resulta perfeitamente bem nestes Hot Cross Buns conferindo-lhes um sabor ligeiramente achocolatado e irresistível. O melhor mesmo é experimentaram a receita que também está disponível no site da Nacional, juntamente com tantas outras deliciosas sugestões.






Hot Cross Buns de Alfarroba

Ingredientes:
| 70 g de açúcar baunilhado
| 1 c. (chá) de canela
| raspa de 1 limão
| 1 pitada de sal
| 11 g de fermento de padeiro seco
| 50 g de manteiga amolecida                                                
| 250 ml de leite morno
| 1 ovo
| 100 g de sultanas
| 75 g de farinha de trigo
| 75 ml de água fria
| geleia, xarope ou mel p/pincelar

Preparação:
1 . Prepare a batedeira com o gancho de amassar. Na taça coloque a Farinha de Trigo e Alfarroba da Nacional, o açúcar, a canela e a raspa de limão. Numa das extremidades coloque o sal e na extremidade oposta o fermento seco.

2 . Adicione a manteiga, o leite e o ovo ligeiramente batido e amasse durante 5 minutos. Adicione as sultanas e amasse durante mais 10-15 minutos.

3 . Transfira a massa para uma taça untada com azeite, cubra com um pano ou película aderente e deixe levedar durante 2 horas.

4 . Transfira a massa para uma superfície ligeiramente enfarinhada e divida em 12 porções iguais. Forme pequenas bolas com cada uma das porções de massa e disponha-as sobre dois tabuleiros formados com papel vegetal. Cubra as bolas de massa com um pano e deixe levedar 1 hora.

5 . Pré-aqueça o forno a 200ºC. Misture a farinha de trigo com a água e transfira para um saco de pasteleiro ou equivalente, com uma ponta bem fina. Com esta massa forme uma cruz em cada uma das bolas.

6 . Leve os tabuleiros ao forno cerca de 15-20 minutos, ou até as bolas ficarem bem douradas. Retire e enquanto ainda estão quentes, pincele com geleia, xarope ou mel.






Creme de Ervilhas e Coentros


Adoro estes dias que antecedem a Primavera. Dias que começam a ficar mais longos e muito mais luminosos, com as temperaturas a aumentar e que convidam a abrir as janelas deixando o sol entrar. Acordamos com o som dos pássaros a chilrear lá fora, para mim um sinal eminente de que a Primavera está mesmo a chegar. No ar sentimos aquele cheiro especial e característico da estação, o cheiro das flores e do campo. Esta continua a ser a minha estação do ano preferida, a estação que convida a sair de casa e a estar mais em contacto com a natureza. Ao meu redor tudo serve para me inspirar na cozinha, as cores da estação, os cheiros que invadem os mercados, os legumes que vêm da horta, os frutos e todas as folhas e flores que brotam das plantas e das árvores. É todo um simbolismo de renovação que enche os nossos corações de esperança e que nos deixa mais felizes.


Adoro leguminosas e desde que deixei de consumir carne, estas fazem cada vez mais parte da minha alimentação. Tento, sempre que possível, consumir leguminosas de origem biológica e, preferencialmente, sazonais. E quando chega a Primavera fico sempre em êxtase para comer as primeiras ervilhas da estação. Claro que é possível comer ervilhas ao longo de todo o ano e nesta receita usei ervilhas secas biológicas, que encontrei à venda por acaso e não resisti a trazer comigo. São as chamadas Split Peas, com um sabor mais acentuado. 

Assim que as vi imaginei logo utilizá-las para fazer este creme bem aveludado, como eu gosto. Estas ervilhas e os rebentos das ervilhas de cheiro que utilizei também neste Bolo de Ervilha foram a inspiração para esta receita. Combinei-as com a minha erva aromática preferida (sim eu amo coentros e tenho sempre coentros em casa) e o resultado não poderia ser melhor. Sei que nem toda a gente adora coentros, mas experimentem substituir por hortelã, por exemplo, neste caso em menor quantidade, cerca de 4-6 folhas. É uma receita muito simples e fácil de preparar e tenho a certeza que vão gostar. Experimentem, mesmo usando ervilhas congeladas.




Creme de Ervilhas e Coentros

Ingredientes:
| 400 g de ervilhas secas (ou congeladas)
| 1 Lt. de água (ou caldo de legumes)
| 1 cebola grande (aprox. 200 g)
| 1 dente de alho
| sal e pimenta
| 1 ramo de coentros (aprox. 20 g)
| 1 fio de azeite
| sementes de sésamo p/ servir

Preparação:
1 . Comece por demolhar as ervilhas, caso use ervilhas secas. Demolhe por 3 a 4 horas ou, preferencialmente, de um dia para o outro (se usar ervilhas congeladas ignore este passo).

2 . Leve uma panela com a água ao lume e deixe levantar fervura. Adicione as ervilhas, a cebola em pedaços e o dente de alho. Tempere com sal e pimenta e deixe cozinhar cerca de 25-30 minutos.

3 . Transfira para um processador de alimentos ou para um robot potente, adicione os coentros e um fio de azeite. Triture durante alguns minutos até obter um creme bastante aveludado. Rectifique os temperos e se necessário adiciona mais água ou caldo de legumes até obter a consistência desejada.

4 . Sirva o creme ainda quente, guarnecido com sementes de sésamo e rebentos de ervilha (opcional).




Pão "Sem Amassar" de Trigo e Centeio


Fazer pão em casa é daquelas coisas que me deixa verdadeiramente feliz. Todo o processo que envolve fazer um pão, desde pegar em alguns ingredientes, misturando-os formando uma massa, ver essa massa crescer e ganhar vida, ver o pão a ganhar forma, sentir o aroma que se espalha enquanto o pão está no forno, todos esses acontecimentos interferem com os meus sentidos e funcionam como uma terapia que me ajuda por momentos a relaxar. E nem vou falar da sensação de cortar um pão ainda morno, ouvir a sua crosta a estalar, barrar uma ou duas fatias com manteiga, saboreando-as no momento. É mesmo das melhores coisas. E desenganem-se se acham que fazer um pão em casa dá trabalho ou pode demorar uma eternidade. Claro que para fazer um bom pão é preciso tempo e paciência, mas também existe solução para aquelas alturas em que apetece ter pão quente na mesa sem fazer muito esforço e praticamente sem sequer sujar as mãos. Não acreditam?! Então continuem a ler.


Quando o Alegro me desafiou a escrever um artigo sobre o acto de fazer pão em casa, não hesitei em partilhar aquela receita a que mais vezes recorro. É um facto que adoro fazer pão de massa mãe, que leva o seu tempo de fermentação e cujo sabor é inigualável. Mas nem sempre temos tempo ou disposição para alimentar o fermento natural, pelo que esta receita, preparada com fermento de padeiro, é óptima para aqueles dias em que não temos muita disponibilidade para a cozinha e queremos ter um pão na mesa tão rápido quanto possível. Vão precisar apenas de quatro ingredientes, todos eles muito fáceis de encontrar.

O que esta receita tem de genial é que nem sequer precisam de amassar o pão, basta misturar os ingredientes, deixar o fermento actuar, fazendo com que a massa cresça, moldar o pão, levar ao forno e saborear. E para que tudo corra como expectável, basta seguir as 8 dicas que escrevi no artigo "Dicas para preparar um pão caseiro, fácil e sem amassar", preparado em colaboração com o Alegro. Lá encontrarão tudo o que necessitam para começar a fazer o melhor pão caseiro. Podem ler este artigo completo aqui ou podem visitar o site Alegro e ler outros artigos de outras áreas e ficar também a par de todas as novidades e sugestões.


(artigo elaborado em colaboração com o site Alegro)

Dicas para preparar um pão caseiro, fácil e sem amassar

Farinha, água, fermento e sal. São apenas quatro os ingredientes que necessitamos para fazer um pão caseiro, fácil e delicioso. Em pouco tempo podemos saborear em casa um pão quentinho feito por nós. Para além de deixarmos um aroma irresistível espalhado pela casa, quando retiramos um pão caseiro do forno, estamos a consumir um alimento mais saudável, saboroso, muito mais económico e o melhor de tudo, feito pelas nossas próprias mãos. Existe coisa melhor?!

A arte de fazer pão em casa vai ganhando cada vez mais adeptos mas muitos são os que acabam por desistir. Ou porque não encontram a receita ideal, ou porque acham a receita demasiado longa e técnica ou porque não aguentam esperar demasiado tempo até ao momento de retirar o pão do forno. Tecnicamente, e para obter um pão perfeito, são necessárias muitas horas de espera. Mas seguindo a receita de pão caseiro que apresento mais abaixo e cumprindo as dicas que descrevo a seguir, garanto que é fácil preparar um pão em casa, que fica igualmente delicioso, não necessita sequer de ser amassado e nem vai precisar de sujar as mãos.

Pão sem amassar ou "No knead bread"

Esta não é com certeza uma expressão estranha para muitos de nós. A técnica do "pão sem amassar", que com o tempo se tornou viral, foi originalmente desenvolvida por Jim Lahey, um famoso padeiro de Nova Iorque. Consiste em obter um pão delicioso da forma mais simples e rápida possível e vem desmistificar o processo de fazer pão, garantindo com esta receita que qualquer pessoa consegue fazer com sucesso um pão em casa (...)

(podem ler o artigo completo aqui e ficar a conhecer as 8 dicas para um pão caseiro, fácil e delicioso)



A receita que se segue é apenas uma orientação base, pois podemos alterar as farinhas por outras mais ou menos integrais, desde que se mantenham as quantidades. Podemos também adicionar algumas sementes por forma a obter um pão mais nutritivo e integral, conforme a nossa preferência pessoal. O cheiro a pão fresco, acabado de sair do forno é mesmo incrível, por isso vale mesmo a pena experimentar!

Pão "Sem Amassar" de Trigo e Centeio

Ingredientes:
| 450 g de farinha de trigo T65
| 50 g de farinha de centeio integral
| 400 ml de água                                  
| 1 c. (chá) de sal fino
| 4,6 g de fermento de padeiro seco (ou 10 g de fermento
  de padeiro fresco)

Preparação:
1 . Disponha as farinhas numa taça larga.

2 . Amorne a água e adicione à farinha, bem como o fermento e o sal (se usar fermento fresco, dissolva-o primeiro na água morna).

3 . Mexa os ingredientes com uma colher de pau em movimentos circulares, sem amassar, e o tempo suficiente para que a farinha absorva a água.

4 . Cubra a taça com um pano e deixe levedar durante 2 horas.

5 . Coloque a panela de ferro onde vai cozer o pão dentro do forno e pré-aqueça o forno a 250ºC.

6 . Transfira a massa levedada para uma superfície ligeiramente enfarinhada. Com as mãos abra ligeiramente a massa e dobre cada uma das extremidades em direcção ao centro. Dobre a massa ao meio e de seguida dobre novamente ao meio e no sentido oposto (se necessário polvilhe com um pouco de farinha, mas o mínimo possível, pois quanto mais farinha adicionar, mais pesado e massudo vai ficar o pão). Tente formar uma bola com a dobra para baixo e coloque sobre uma folha de papel vegetal enfarinhada ou dentro de um cesto de fermentação (este torna o processo de transferir a massa para dentro da panela muito mais fácil).

7 . Quando o forno atingir a temperatura, transfira a massa para dentro da panela, usando o papel vegetal ou invertendo o cesto de fermentação (deverá ter muito cuidado para não se queimar, pois a panela irá estar muito quente). Sobre a massa faça uns cortes usando uma lâmina ou uma faca bem afiada.

8 . Coloque a tampa na panela e leve ao forno durante 25 minutos. Passado esse tempo, retire a tampa e baixe a temperatura do forno para os 220ºC, deixando o pão cozer por mais 15 minutos ou até ficar bem dourado.

9 . Retire a panela do forno e deixe que arrefeça um pouco. Retire o pão da penela e deixe arrefecer antes de cortar (se conseguir resistir, claro!).