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Hotel Casa Palmela | Um Pequeno Paraíso na Arrábida


Estamos em pleno Verão e os dias quentes e compridos convidam a sair de casa, a quebrar a rotina e a aproveitar melhor o tempo em família, tirando daí alguma qualidade de vida. Sabe bem aproveitar o tempo bom que esta estação oferece e nada melhor que planear um fim de semana em família ou a dois e dar um passeio pelos belos recantos do nosso lindo Portugal. Foi isso mesmo que fizemos há cerca de duas semanas. Rumámos à linda região de Setúbal para passar um fim de semana longe da confusão e para "desligar" um pouco da vida quotidiana.

Percorremos a Estrada Nacional 10 que liga a vila de Azeitão à cidade de Setúbal e aos poucos íamos avistando as extensas vinhas, características daquela região, que produz o famoso vinho Moscatel. A escassos quilómetros de Setúbal, chegámos finalmente ao nosso destino, a Quinta do Esteval, na qual se situa o Hotel Casa Palmela. Este luxuoso hotel, o primeiro hotel de cinco estrelas da região de Setúbal, é formado por uma casa senhorial com uma história que remonta ao século XVII. Apresenta-se como "um dos segredos mais bem guardados do Parque Natural da Arrábida" e eu não poderia estar mais de acordo e sinto-me privilegiado por ter conhecido este segredo.

Chegámos a meio da tarde de uma sexta-feira com as temperaturas a rondarem os 40ºC. Confortáveis com o ar condicionado do carro, passámos o grande portão da entrada e percorremos o longo caminho ladeado de vinhas que nos levou ao edifício principal e assim demos início a uma experiência inesquecível. Quando saímos do carro sentimos o sol queimar-nos a pele e tudo o que queríamos era entrar no hotel, fazer o check-in, arrumar a bagagem, tomar uma bebida bem fresca e dar um mergulho na piscina, apreciando a deslumbrante paisagem.


Fomos recebidos com a maior das simpatias e após nos termos instalado no quarto a primeira coisa que fizemos foi abrir os cortinados e apreciar a extensa vista para a serra. A sensação foi a de estarmos num mundo à parte, um pequeno paraíso no qual apetece ficar para sempre. Fomos até ao SPOT tomar uma bebida, desfrutar um pouco da esplanada e apreciar aquela paisagem única e especial da Arrábida, com as vinhas a perder de vista e que tão depressa nos faz esquecer todos os problemas, convidando a aproveitar todos os segundos.

O calor era de tal forma intenso que não quisemos perder mais tempo para usufruir da piscina. Fomos trocar de roupa e aproveitámos o resto da tarde a dar uns belos mergulhos numa piscina acolhedora e perfeita para relaxar. Em redor, a nossa vista apenas alcança o verde intenso das serras da Arrábida e São Luís e o ambiente é de tal forma idílico que nos desligamos de tudo, sem darmos conta que ali tão perto está a cidade de Setúbal.


No meio da vinha e a escassos metros do hotel, avistamos o centenário sobreiro que se ergue formoso dando abrigo a um espaço bastante acolhedor, ao qual apetece ir no final do dia tomar uma bebida, trocar dois dedos de conversa e apreciar o por-do-sol que visto dali é ainda mais lindo. Este espaço dispõe de algumas mesas com cadeiras e redes de descanso nas quais apetece ficar deitado a relaxar e a ouvir o cantar dos passarinhos que com o aproximar da noite procuram os ramos das árvores para se aninharem. O melhor mesmo é não nos descuidarmos ou deixamos-nos levar pelo ambiente chillout e ainda acabamos por adormecer.


A Quinta do Esteval, na qual se situa o hotel é uma propriedade com 70 hectares de terreno, que pertence há várias gerações à família Palmela e que até já serviu de hospital durante as invasões francesas do século XVIII. É um belíssimo exemplar da arquitectura setecentista que ao longo dos anos foi sofrendo algumas intervenções de restauro. A casa principal foi reabilitada na década de 70, passando a ser desde então a residência oficial da família. Para além da casa senhorial com planta em forma de "L" e concebida como residência rural, encontramos ainda o extenso jardim que se articula numa concepção urbanística de grandiosidade e alusão claramente barroca. Para além da floresta, a principal ocupação da quinta é o cultivo da vinha e a pastorícia com o objectivo de obter o tão conhecido queijo de Azeitão e os não menos famosos vinhos da região da Península de Setúbal.

Rodeado de uma natureza deslumbrante, o Hotel casa Palmela é um hotel com história e que está  preparado para nos receber com o maior conforto, exuberância e luxo. Ali podemos testemunhar a herança das várias gerações daquela família, quer nos objectos expostos, quer no mobiliário que se encontra distribuído pelos três edifícios que formam o hotel. Para além do Palácio, que é o edifício principal, temos ainda a Casa da Piscina que noutros tempos já foi a casa do Forno de Pão, a Casa da Lenha e até o Salão de Jogos da família.  Existe ainda a Casa do Campo da qual fazem agora parte as espaçosas e aconchegantes suítes que permitem usufruir de todas as comodidades que o hotel tem para oferecer.


Uma outra característica deste hotel que está visível em quase todos os espaços comuns é a azulejaria tão típica daquela época e que mantém praticamente todo o padrão original. Um dos espaços no qual podemos apreciar os azulejos é a capela da família na qual estão reunidos vários objectos que remetem para a vida cristã. Devido aos seus azulejos e por manter a traça original do edifício, o hotel foi classificado de imóvel de interesse municipal e por estar localizado numa área protegida, o Parque Natural da Arrábida é distinguido como unidade hoteleira de turismo de natureza.


Acordar num sítio destes é como ter uma visão do paraíso. Poucos ruídos se ouvem para além do chilrear dos pássaros e das andorinhas que sobrevoam a piscina. Toda a envolvente do hotel transmite paz e serenidade e é tão fácil descontrair e encontrar a tranquilidade de um espaço que tem tanto de privado como de bonito. Ali estamos em contacto directo com a terra e sabe tão bem respirar fundo e absorver todo aquele ar puro da serra.

É chegada a hora de ir tomar o pequeno almoço. Este é servido no restaurante Zimbral, uma sala particular com uma vista deslumbrante sobre a serra, composta por abóbadas e que está aberta por três grandes janelas e com uma grande lareira ao centro. À nossa disposição temos para degustar um vasto e rico pequeno almoço continental do qual fazem parte vários tipos de pão, manteiga, mel da Arrábida, compotas caseiras, fruta variada ou bolo caseiro. É ainda possível pedir os ovos preparados no momento, que tanto podem ser fritos, mexidos ou em omelete e podemos também saborear o delicioso requeijão de ovelha DOP Azeitão.


O sábado amanheceu quente e por isso a seguir ao pequeno-almoço não perdemos a oportunidade de explorar a quinta e dar mais um mergulho na piscina, saboreando e apreciando com calma a paisagem serrana e os extensos vinhedos da casa. Não foi o caso, mas para quem preferir, o hotel oferece diversas actividades como passeios pedestres ou de bicicleta ou a cavalo no meio da natureza, que permitem descobrir vários recantos nos quais podemos degustar os sabores da região. É ainda possível usufruir de outras experiências como provas de queijos e vinhos da região, passeios de barco com almoço a bordo, ou pesca desportiva. Estávamos mesmo numa de relax, pelo que optámos por ficar no hotel e aproveitar todos os minutos para descansar e carregar baterias. 

Depois de uma tarde inteira de piscina chegou a altura de regressar ao quarto, tomar um duche e trocar de roupa para ir jantar. No restaurante Zimbral as mesas já estavam postas, optámos por escolher uma junto da janela e assim poder ainda aproveitar as cores maravilhosas do por-do-sol. Neste restaurante o lema é "saborear e gozar a vida" e cada refeição não é apenas mais uma refeição, é um regresso às origens, uma descoberta de novos paladares. A acompanhar a refeição, a vista, o ambiente descontraído, a simpatia de todo o Staff, a serra a recortar a paisagem e toda a natureza envolvente. Não é apenas uma experiência gastronómica, é mesmo um momento de partilha e emoções com a cozinha tradicional portuguesa como pano de fundo. A ementa é variada e a escolha não foi fácil, mas escolhemos as "Bochechas de Porco Preto á Mediterrânica com Tomate Assado e Migas de Coentros" e o "Arroz de Navalheira com Garoupa, Perfumado com Coentros". Para sobremesa não resistimos a uma densa "Mousse de Chocolate Belga com suas Pepitas e Flor de Sal" e a uma "Tarte de Pinhão com Mel de Rosmaninho". Sabores da região com produtos genuínos e de qualidade, de comer e chorar por mais.


Pelo hotel estão distribuídos 21 quartos amplos e suítes com áreas superiores a 20 metros quadrados. Existem os quartos Clássicos, os Premium e os Superiores com terraço e com uma vista privilegiada sobre a serra. Existem ainda as Suites e a Master Suite que é o quarto mais amplo e emblemático do hotel. Tem uma zona de estar interna separada do quarto e uma varanda para os jardins e serra da Arrábida. Foi durante muitos anos o quarto dos donos da casa, sendo por isso considerada a divisão mais nobre do hotel. A herdade foi adaptada para unidade de turismo e algumas das divisões que existiam antigamente foram agora convertidas em quartos e suítes. É o caso da antiga biblioteca, existente no edifício principal que é agora um quarto Deluxe com uma área de 37 metros quadrados e com uma vista deslumbrante sobre as vinhas. 

Recentemente foi inagurado o SPOT, um espaço que é muito mais que uma loja e que está aberto ao público em geral durante todo o ano. Ali encontramos produtos regionais, louças, e vinhos da região. É o espaço ideal para fazer provas de vinhos, beber um copo de vinho Esteval Private Collection, um chá, café ou sumo de laranja, deixar-se ficar na esplanada e descontrair. O SPOT é um longe bar onde apetece estar e onde as conversa são intermináveis e se prolongam noite dentro.


O Hotel Casa Palmela é um projecto do grupo Once Upon a House, que detém, em Lisboa, o boutique Hotel Alecrim Ao Chiado e os apartamentos Alfama Yellow House.
Quinta do Esteval, EN 10, Km 33,5 - Setúbal
Tel: 265 249 650

Galettes de Ruibarbo, Morango e Rosas


O Verão está mesmo a chegar! Confesso que esta não é de todo a minha estação do ano preferida, mas são tantas as coisas boas que ele nos traz que é impossível não ficar ainda mais feliz com a chegada dos dias grandes e cheios de luz. Há tanto para fazer, tanta coisa boa para aproveitar que o melhor mesmo é sair de casa e partir à aventura. Por aqui aproveitam-se todos os minutos e quando não estou na cozinha a realizar novas experiências ou a testar novas receitas, aproveito para ir jantar fora ou mesmo para dar uma caminhada. Sabe tão bem desfrutar de uma esplanada ao final da tarde, saborear uma bebida bem fresca enquanto trocamos dois dedos de conversa. Caminhar na praia ou apanhar um pouco de sol, sentir os pés na areia e a água salgada do mar.

Mas o Verão tem mais para oferecer. As idas ao mercado tornam-se especiais e a paleta de cores e sabores com a qual somos confrontados não deixa ninguém indiferente. É de tal forma a variedade de frutas e vegetais que o verão nos dá, que apetece trazer tudo para casa. Eu cá não consigo resistir a umas deliciosas cerejas que nos seduzem no seu tom vermelho escuro, aos figos doces e sumarentos, os pêssegos carnudos, os melões e as melancias que tanto servem para fazer entradas, sumos ou para servir no final de uma refeição. Os alperces que ficam óptimos em tartes e até as amoras silvestres que dão direito a alguns arranhões enquanto as colhemos, mas que no final nos irão saber pela vida deixando-nos bem satisfeitos.  


Para aproveitar a abundância de fruta que existe nesta altura, nada melhor que ligar o forno e fazer deliciosas tartes e bolos. Os de fruta são sempre os preferidos cá em casa. Existe um vegetal, muitas vezes confundido com uma fruta, que funciona na perfeição em bolos e ao qual eu não resisto. Falo do ruibarbo, ainda desconhecido por muitos e ao qual não é dada a devida importância no nosso país.  Bastante apreciado nos países nórdicos, este ingrediente é mesmo especial e quando combinado com outras frutas torna-se verdadeiramente delicioso. Já experimentei algumas receitas e já repeti algumas vezes esta compota, mas este bolo foi dos melhores que fiz com ruibarbo. Desta vez decidi experimentar a combinação clássica morango/ruibarbo numas galettes, mas quis inovar adicionando um ingrediente novo, a água de rosas. Desta forma elevei a receita a outro nível e não tenho palavras para descrever o sabor maravilhoso destas galettes que desaparecem num piscar de olhos.

Esta receita foi preparada para acompanhar o artigo do mês de Junho que desenvolvi em colaboração com o site Alegro e que vos convido a ler na íntegra aqui. Neste artigo dou-vos a conhecer, precisamente, um pouco mais sobre o ruibarbo, o que é, para que serve e ainda dou algumas sugestões para a sua utilização. Bem sei que não é fácil de encontrar este ingrediente, mas se conseguirem, não deixem mesmo de experimentar, pois só assim saberão que este é mesmo um ingrediente especial em termos de sabor.


(artigo mensal escrito em colaboração com o site Alegro)

Ruibarbo, o que é e para que serve?!

Este é um ingrediente muito especial. No entanto ainda é pouco conhecido e muitas vezes não sabemos se se trata de uma fruta ou de um vegetal. Muito usado em tartes e bolos, a sua utilização vai para além das sobremesas.

Quando surgem os talos vermelhos e brilhantes do ruibarbo, é sinal de que o Verão se aproxima a passos largos.É uma planta muito apreciada em sobremesas, no entanto existem outras formas de a cozinhar! Saiba como a tornar ainda mais deliciosa sem adicionar grandes quantidades de açúcar, E já agora, será que toda a planta pode ser cozinhada?!

Ruibarbo, o que é?!

Muitas vezes considerado um fruto o ruibarbo é na realidade um vegetal. Quando cozinhado, o seu sabor ácido combina perfeitamente com outros ingredientes doces. Naturalmente rico em vitaminas, manganésio, cálcio e fibras, os seus talos apresentam-se em tons rosa ou vermelho vivo, embora os de cor verde também possam ser bons. A melhor altura para colher ruibarbo é entre Março e Junho, dependendo das condições e do tipo de cultivo.

Ruibarbo, muito além das sobremesas.

É nas tartes e bolos que este ingrediente ácido ganha destaque. No entanto a sua utilização pode ser mais variada:

- Xarope de ruibarbo, utilizado para aromatizar águas criando deliciosos refrescos ou usar em cocktail. Ferva os caules com açúcar e água até reduzir e ficar espesso e conserve no frigorífico.

- O ruibarbo é óptimo quando usado em scones e muffins. Adicione mirtilos, morangos ou framboesas. Experimente também em crumbles, junte raspa de limão, gengibre, baunilha ou canela.

(leiam o artigo completo aqui)


Galettes de Ruibarbo, Morango e Rosas

Ingredientes:
[para a massa]
| 125 g de farinha de trigo s/ fermento
| 125 g de farinha de trigo integral
| 125 g de manteiga fria                            
| 85 g de açúcar amarelo
| 1 ovo

[para o recheio]
| 300 g de cules de ruibarbo
| 200 g de morangos
| 6 c. (sopa) de açúcar mascavado + 2 c. (sopa) para polvilhar
| 2 c. (sopa) de amido de milho
| 1/2 c. (chá) de pasta de baunilha
| raspa da casca de 1 limão
| 2 c. (sopa) de água de rosas (opcional)
| sumo de 1/2 limão
| 1 ovo

Preparação:
1 . Prepare a massa, colocando as farinhas, a manteiga, o açúcar e o ovo num robot de cozinha e pique durante alguns segundos. Retire a massa, forme uma bola e reserve (se preferir, pode amassar à mão, para tal a manteiga deverá estar cortada em pedaços muito finos).

2 . Corte o ruibarbo em pedaços de 1/2 cm e os morangos em fatias. Adicione a baunilha, a raspa e o sumo de limão e a água de rosas. Misture e deixe repousar um pouco.

3 . Adicione o amido e o açúcar e envolva bem.

4 . Transfira a massa para uma superfície enfarinhada e divida em quatro partes iguais. Forme bolas e estenda com o rolo da massa.

5 . Divida o recheio pelos quatro discos de massa deixando cerca de 3 cm livres em toda a volta. Verta. a massa para cima do recheio, formando um embrulho.

6 . Pincele as galettes com ovo batido e polvilhe com açúcar mascavado.

7 . Leve ao forno pré-aquecido cerca de 20-25 minutos.

[receita passo-a-passo]

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